Saiba Tudo sobre Champagne
A denominação champagne é uma appellation d’origine contrôlée (denominação de origem controlada): é o certificado de origem do vinho.
Só se deve usar três tipos de uvas na elaboração de um champagne: a Chardonnay (branca), Pinot Noir e Pinot Meunier (tintas).
O champagne é vinificado inicialmente como vinho comum, tranquilo, ao qual é acrescentada uma mistura chamada liqueur de tirage, formada de açúcar de cana e leveduras diluídas em vinho.
A adição deste componente é que vai produzir uma segunda fermentação no vinho base, que pode ocorrer dentro da garrafa (método champenoise) ou dentro de cubas de aço inoxidável (método charmat). Esta segunda fermentação será a responsável pelo acréscimo do gás carbônico ao vinho, transformando-o em vinho espumante.
Liqueur d’expédition: também chamado liqueur de dosage, é uma mistura de açúcar, vinho e, eventualmente, destilado de vinho, em proporções que constituem segredo industrial. Com base na quantidade de liqueur d’expédition se obtém os vários tipos: Extra brut, Brut, Demi-sec e Doux.
Champagne extra brut entre 0 e 6 g/litro
Champagne brut 15 g/litro
Champagne demi-sec entre 33 e 50 g/litro
Champagne doux (doce) acima de 50 g/litro
Para servir um champagne deve-se ter atenção a alguns preceitos básicos. O primeiro diz
respeito à temperatura, que deve se situar em torno dos 8ºC, podendo chegar a 10ºC. Para os grandes champagnes safrados pode chegar a 14ºC. Para se atingir esta temperatura, bastam cerca de 20 a 30 minutos num balde com água e gelo ou três horas de refrigerador. Não coloque seu champagne no freezer.
As taças recomendadas são as “flutes” de cristal, por conseguirem diminuir a superfície de vinho em contato com o ar, e assim manter suas características de “perlage” por muito mais tempo.
A “perlage” é simplesmente a coroa de espuma formada pelas bolhas de gás carbônico no topo da taça. Atenção na hora de abrir a garrafa, não permitindo o estouro da rolha, pois isto tem como consequência a perda das preciosas borbulhas. Abra a garrafa como um suspiro. Copos resfriados pelo próprio vinho evitam a espuma exagerada e favorecem a “perlage”. Um bom champagne deve ter as fileiras de gás mais finas possíveis, subindo com força e constantemente.
É falsa a idéia de pensar em servir o champagne durante toda refeição ou festa. O champagne é antes de tudo um vinho e devemos procurar a harmonia entre os pratos, os momentos e as pessoas.
O nascimento das adoráveis borbulhas douradas
A cena acontece no restaurante Maxim’s de Paris, no início do século XX. Um casal está sentado lado a lado num sofá de veludo vermelho, típico da decoração deste lendário estabelecimento. Ao lado, destaca-se um imponente balde prateado sobre o qual se reflete a luz dourada das ricas luminárias. Estamos numa das casas mais badaladas de Paris. Emerge do balde o colarinho dourado inconfundível de uma garrafa de champagne.
Olhos nos olhos, captando toda energia emitida pelo outro, eles parecem ter entrado numa
outra dimensão, envolvidos num ritual de sedução. Até que ponto o clima é resultado das borbulhas euforizantes desse néctar conquistador? A alegria que o champagne proporciona torna todo ser humano mais humano, e mais sensual; a Marquesa de Pompadour (1721-1764), favorita do rei Louis XV, já dizia que deixava as mulheres mais lindas.
Os especialistas, na sua maioria, concordam com a tese segundo a qual essa poção mágica
nasceu há cerca de 360 anos, pelas mãos (e também pelo nariz) do monge enólogo Dom Pérignon (1668-1715).
A verdade é que o fenômeno da “champagnização” (ação das leveduras numa segunda fermentação do vinho já pronto dentro de uma garrafa e que produz as famosas borbulhas) já havia sido observado desde a antiguidade, mas sem que se entendesse a sua causa.
Nas alcovas de seu abade de Hautviller, Dom Pérignon domesticou a potência do gás e desenvolveu a técnica da chamada “assemblage” (uma vez pronto, o vinho é misturado com outros lotes de qualidade e estilos diferentes, com objetivo de se alcançar a combinação ideal), priorizando a seleção das uvas.
Do século 17 até os tempos modernos, o prestígio do champagne sempre se manteve em
ascensão, conquistando desde os súditos mais ricos da aristocracia até as cabeças coroadas – dentre estas, foi objeto da mais fervorosa admiração de ninguém menos que Napoleão Bonaparte (1769-1821) e de sua esposa Joséphine (1763-1814).
Sem o champagne, nem pense em promover festas grandiosas. Toda comemoração importante
requer a bênção das borbulhas mágicas. No que depender da tecnologia e da arte que as grandes casas envolvem na sua produção, a satisfação está garantida.
Com o passar dos séculos, estas casas adquiriram um grande poder de fogo, controlando sempre a sua produção por meio de estoques reguladores (na Veuve Clicquot estão estocadas nada menos que 40 milhões de garrafas).
O vinho sempre despertou o fascínio pelos seus efeitos e pelo glamour que o cerca. Seu preço também é digno de admiração.
O verdadeiro champagne oriundo desta região francesa demarcada e superprotegida legalmente, desembarca nas lojas brasileiras a preços que impõem respeito, custando em média US$ 45 (R$ 135,00) a garrafa de 750ml.
Pois merece! Pergunte ao casal da nossa história se não valeu a pena. Quando se abre uma
garrafa de champagne, o coração dispara, não só pelo grau de dificuldade enfrentado para remover a rolha, mas também devido à emoção que despertam essas borbulhas admiráveis.
A região de Champagne, na França, é a única
no mundo que pode dar o nome de champagne
aos seus espumantes. Nem mesmo outras
regiões da França podem chamar assim seus
vinhos espumantes.
Algumas receitas…
Bellini
Ingredientes:
champanhe
suco de pêssego
Modo de Preparar:
Num copo coloque uma dose de suco de pêssego e complete o restante com champanhe. Sirva a
seguir.
Coquetel de champanhe e morangos
Ingredientes:
1 garrafa de champanhe
1/2 quilos de morangos maduros
açúcar a gosto
Modo de Preparar:
Bata os morangos no liquidificador com 2 colheres de (de sopa) de açúcar. Depois, peneire-os. Junte 1 copo de champanhe e misture. Leve à geladeira e, no momento de servir, junte o resto da champanhe.
Kir royal
Ingredientes:
1 colher de (sopa) de creme de Cassis
champanhe brut gelada
1 cereja opcional
Modo de Preparar:
Coloque o creme de Cassis em um flute, acrescente a cereja se estiver utilizando e adicione o champanhe. Sirva.
Laranja espumante
Ingredientes:
4 doses de suco de laranja gelado (200ml)
1 dose de leite condensado (60 gramas)
1 colher de (sopa) de hortelã picada
4 doses de champanhe gelada (200ml)
1 fatia de laranja para decorar
Modo de Preparar:
Bata no liquidificador o suco de laranja, o leite condensado e a hortelã, até obter uma mistura homogênea. Transfira para uma jarra e acrescente a champanhe. Despeje a bebida em um copo, decore com a fatia de laranja e sirva em seguida. Se preferir, adicione cubos de gelo.
Zabaione ao champanhe
Ingredientes:
15 gemas
12 colheres de (sopa) de açúcar
9 colheres de (sopa) de champanhe
Modo de Preparar:
Bata as gemas e o açúcar na batedeira por 5 minutos, ou até formar um creme esbranquiçado. Junte o champanhe e bata por mais 1 minuto. Transfira para um refratário e apóie-o em uma assadeira com água. Leve ao fogo alto por 10 minutos. Retire, deixe esfriar e sirva gelado com a Torta de Maçã.